A mostra da ilustradora caxiense estará disponível para visitação até o dia 24/09
A exposição "Pelas Janelas Delas", de Natalia Bianchi, iniciou no último sábado (30/07) e seguirá aberta para visitação até o dia 24/09, na sala de exposições do Instituto de Leitura Quindim, localizado no Edifício Pátio Eberle, Rua Sinimbu, nº 1670 - 6º andar.
"Pelas Janelas Delas" é o nome dado à coleção, a qual busca instigar o público a observar com mais atenção o universo do outro e ver além dos olhos. Em suas obras, a artista plástica busca investigar especialmente os processos do desenho com diferentes técnicas e materiais, abordando temáticas autobiográficas por meio da linguagem abstrata. A proposta da ilustradora nesta exposição, é trazer à tona reflexões sobre a diferença entre o ato de olhar e ver.
Foto: Gustavo Tonet
Natália possui baixíssima acuidade visual e uma doença rara chamada acromatopsia, em decorrência disso, enxerga o mundo em tons de preto, branco e cinza. A pouca visão é o que dá corpo à sua poética estampada nas telas, onde o que não é visto serve como ponto de partida para suas produções. O grafite é a técnica preferida da artista, e em seus desenhos ela é capaz de criar mundos paralelos, cheios de detalhes e profundidades. A reconstrução das próprias vivências a partir de releituras dos cadernos de infância foi o que inspirou a temática da atual exposição.
Fotos: Gerson Toigo
Suas personagens, chamadas "as meninas", provem de um mundo interior retratado nos desenhos presentes nas paredes do ILQ. São ilustrações representadas com cabeças grandes e corpos pequenos, nem sempre iguais ao de um humano natural. Seus olhos enormes convidam a entrar afundo por eles no imaginário de Natalia. “Cada uma das meninas têm uma simbologia muito forte das minhas questões e desenvolvimento pessoal e artístico, enquanto uma pessoa com baixa visão que percebe o mundo de uma forma peculiar. Essa exposição é um convite para que a gente olhe muito além do que a imagem oferece e veja mais a fundo todas as coisas do mundo, além de desenvolver o hábito de deixar as coisas nos olharem, pois acho que essas meninas têm um olhar bastante penetrante capaz de nos perceber tanto quanto nós a elas. Esse cruzamento de olhares é o que dá sentido ao meu trabalho é o que faz com que eu exista como artista”, afirma Natália.
Fotos: Gustavo Tonet
A exposição pode ser apreciada no mesmo horário de funcionamento da Biblioteca Quindim, de terça a sábado, das 10h às 18h.
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